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Entrelinhas (2023)

Pelas terras vastas, onde o vento sussurra segredos antigos, desdobram-se as asas da experiência, tecendo um pincelar de histórias. Nas terras do sertão central de Canindé, onde o sol dança em ardente harmonia com a terra ressequida, cria-se um entrelace da fotografia e da pintura, onde a luz e a sombra se mesclam em um abraço. As fotografias analógicas reveladas artesanalmente foram ampliadas a partir de viragens em cianotipia por Amanda Monasterio e coloridas por Beatrice Arraes por meio de técnicas mistas de fotopintura, processo de colorização difundido no interior do país e potência criadora de sensíveis retratos ao longo de sua história. No trabalho, ainda em andamento, o deslocamento é o pincel que traça linhas entre a realidade e o sonho, e conduz o caminho para além do horizonte familiar. Cada letra, como um fio condutor de sentimentos, se mistura à paisagem, tornando-se elo de uma cadência poética em um ritmo que ecoa a potência do ofício dos pintores de letras. Traçados e pinceladas carregam experiências de vida e contato. As letras se constroem ao passo em que se tornam guardiãs de segredos que apenas olhos sensíveis podem decifrar. A cada traço na parede ou no caminho, uma nova perspectiva se ergue, transformando a paisagem em uma teia de instigantes significados. Em conjunto, as artistas desenvolvem um testemunho visual que ecoa além do tempo e das fronteiras, ao passo que dão protagonismo aos artistas que encontram no caminho.

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